No dia em que se recorda aquele que cantou os feitos das iniciativas dos portugueses, reis e descobridores, celebra-se também a audácia daqueles que estão longe, construindo noutros países a sua vida. O mundo mudou desde Camões, os séculos avançaram, mas não a existência de portugueses aguerridos por esse mundo fora. Também eu já estive longe, também eu já somei pátrias à primeira. A perspectiva de tudo mudou para mim, incluindo o reconhecimento pelas comunidades portugueses no estrangeiro. A Língua Portuguesa é a nossa trave-mestra, união sem distância no tempo e na geografia.
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já foi coberto de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía*.
De Luís Vaz de Camões
* costumava
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