Antes de começar a pintar, penso que vou fazer uma paragem no meu modo e velocidade de vida, que vou fazer uma actividade de tempo livre para a qual o tempo escasseia no dia-a-dia.
Afinal, o que mais acabo por fazer é conhecer-me melhor. Conhecimento revelado e apreendido na relação com algo que me ultrapassa, não propriamente comigo mesma, porque nessa perspectiva já tenho o meu autoconhecimento q.b. Tenho-me surpreendido.
O nosso ritmo de vida acaba por ser algo banal, estupidificado, resumido ao trabalho e à relação com os outros. Não extravasamos emoções e, por vezes, fazemos crescer a intolerância para com aqueles que nos rodeiam e a actualidade do país e do mundo. Quanto a isto, considero-me com sorte.
Por vezes, fujo. Escapo-me. Esqueço-me. Tenho as minhas terapias. As melhores não são a leitura e a escrita, que lidam acima de tudo com emoções, sejam as dos outros ou as minhas. A melhor fuga é realmente a pintura: o transporte para um mundo quimérico.
Sofia Martinho
1 comentário:
Obrigado, Sofia, pela partilha de mais uma etapa importante na vida de um dos teus blogues.
Neste momento, as minhas fugas são para a escrita. Quando jovem, eram para a música, feita a compasso, percorrendo o teclado ou a escala. Também tenho as minhas terapias com que me tenho dado bem. xx
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